Continua a controvérsia do Occupy Wall Street.
Semana passada fiz uns dois posts sobre o movimento, e comecei a notar essa polarização. Tem uns que acham que é plot point do capitalismo e outros que o classificam como um “bundalelê hipster” (deve ter uns terceiros achando que é viral de alguma marca, sempre tem).
Torço pros “99%”, e torço pra que sejam verdadeiros os motivos que levaram Slavoj Žižek e Naomi Klein a discursar junto aos manifestantes, mas prefiro me abster à discussão sobre a seriedade do movimento, e assim mantemos a dúvida sobre o que está acontecendo e podemos praticar uma discussão saudável sobre esses temas.
A Naomi Klein é autora daquele livro No Logo. Faz uns meses citei ela aqui, onde falava sobre o anti-publicidade e o documentário The Corporation, que é bem conveniente em linkar com o discurso dela em Wall Street:
Olha um trecho do que o Žižek disse aqui:
Mas a razão de estarmos reunidos é o fato de já termos tido o bastante de um mundo onde reciclar latas de Coca-Cola, dar alguns dólares para a caridade ou comprar um cappuccino da Starbucks que tem 1% da renda revertida para problemas do Terceiro Mundo é o suficiente para nos fazer sentir bem. Depois de terceirizar o trabalho, depois de terceirizar a tortura, depois que as agências matrimoniais começaram a terceirizar até nossos encontros, é que percebemos que, há muito tempo, também permitimos que nossos engajamentos políticos sejam terceirizados – mas agora nós os queremos de volta.
E o acontecimento mais questionável sobre a seriedade de tudo isso acho que foi a aparição do Kanye West.
PS: dia 15 de outubro (é sábado agora) tão combinando o início de uma manifestação mundial .